Hoje, amanheci com vontade de escrever. E descobri minha fonte de inspiração vendo a revista brasileira “Mulher”, lendo coisas que de início nem pareciam me interessar, mas terminaram por me agradar: achei várias desconhecidas (talvez por eu estar fora do Brasil há tanto tempo!) dizendo coisas aparentemente banais, mas só a forma de dizê-las era agradável, curiosa, original, sei lá o que. Alguns comentários chegaram a despertar minha curiosidade, meu interesse e a vontade de me fazer ouvir também. Uma delas dizia que, na sua carreira pela responsabilidade, pelas atribuições próprias do nosso gênero, as mulheres se preocupam tanto com o desempenho das suas funções de supermulheres, tantas ocupações “importantes” que se esquecem de reservar um tempinho para gozar de uma parte transcendente delas mesmas: o amor de um homem. Não se dão tempo para construir e viver uma relação satisfatória, duradoura, gratificante, remuneradora, como é uma relação de amor, e isso é muito verdadeiro, infelizmente!
Aí, fiquei com vontade de mergulhar nessas águas… Eu não me incluo entre aquelas mulheres, porque – egoísta ou não que eu tenha sido – consegui encontrar e cultivar e fazer crescer e durar uma linda relação de amor, que ainda perdura até hoje, depois de uma experiência que simplesmente “não deu certo”, e de uma separação consciente e voluntária. Tive a “sorte” de não ficar traumatizada com “eles”, a ponto de rejeitar uma boa oportunidade, por medo de sofrer. Acho que é recomendável e são (sadio) não fazer ou deixar de fazer as coisas, entrar numa situação meio arriscada – ou pelo menos com certo grau de risco – por medo de sofrer adiante. Quando a gente percebe que deu certo, é tão bom e gratificante, aumenta a autoestima, a autoconfiança e enriquece a alma! Então, por que hesitar tanto ou evitar mesmo embarcar numa aventura que às vezes se antecipa fantástica, mesmo que em outras vezes se vislumbre meio suicida (devido a circunstâncias desfavoráveis – falo aqui de tempo e distância), ou temer sair de uma situação desgastante e destrutiva, da qual você consegue até “ressuscitar”?
Melhor ser imediatista: aqui e agora. Amanhã vai ser o dia seguinte, é preciso viver o dia de hoje, porque a gente nunca saberá o que vai acontecer se não der a cara à situação, se correr covardemente… O que suceder depois pode ter que ser reparado, consertado, remediado, mas não evitado. Claro que você não vai se meter, irresponsável e inconsequentemente, em algo que todo mundo (principalmente você mesma) está vendo que não vai funcionar, não promete ser bom pra sua causa.
Para isso, nosso sexto sentido sempre entra em ação, e uma breve análise também ajuda: se a gente for examinar ponto por ponto, pesando todos os aspectos negativos ou de dificuldade (que certamente vai achar), não vai sair do lugar, ou seja, as coisas nunca irão se concretizar, porque tudo na vida traz alguma dose de risco, mas também de enormes possibilidades: “quem não arrisca não petisca”.
Claro que são indispensáveis algumas precauções, com a sabedoria e a inteligência femininas entrando em ação. Isso tem que ser avaliado, para pesar as possibilidades de relativo sucesso, usando um termômetro que ajude a medir as probabilidades, porque jogar-se no espaço sem paraquedas também não dá…
A gente sabe que nem sempre é fácil a razão predominar sobre a paixão, mas sempre é possível conseguir algum discernimento diante da “cegueira” causada por uma paixão devastadora. Nós, mulheres, temos um sexto sentido para, pelo menos, suspeitar que uma coisa não vai dar nunca. Ninguém é tão cego que não possa ver uma turbulência ameaçadora numa relação amorosa prestes a concretizar-se.
Só a completa irracionalidade ou insanidade tentam justificar “fazer as coisas por cima de pau e de pedra”: uma carência desesperante, uma baixa autoestima, uma alta dose de insegurança, que não deixa ponderar nada: “preciso disso, e pronto!”
Mas, na maioria das vezes, a intuição feminina dispara, como um alarme de incêndio. Se não disparar, vá em frente e viva aquele amor que estava se mostrando tão prometedor, mesmo que não seja para a eternidade. É melhor viver poucos momentos bons (e se forem muitos, como os meus?) na vida do que evitar o seu desenrolar, sob o temor de poupar-se de um possível sofrimento – que talvez nunca aconteça!
O talento está em não permitir que o medo – que todo mundo sente – paralise você, que você se renda! Medo de enfrentar todo mundo sente, de sair ou entrar nas situações; agora, não deixar que ele dirija a sua vida e as suas ações, que comande ou paralise a sua vontade – isso cabe a você decidir, usando a sua sabedoria e experiência, a intuição, o sexto sentido, o diabo a quatro!
Na maioria das vezes, o medo da gente é de que aconteça o que nunca vai acontecer, e fica deixando a vida escorrer entre os dedos, como água ou areia, sem nenhum proveito, gerando só desperdício. A vida é só uma, o tempo não volta – nem o bom nem o ruim – é bom lembrar…
Isto não quer dizer que se tem que agarrar desesperadamente toda oportunidade, pensando que é a última bolacha do pacote. Mas, reconhecer aquelas que prometem ser boas, e agarrá-las com unhas e dentes, isso é quase obrigatório! E, já dentro da situação, apele pro seu talento – você vai achar os meios de alimentá-la, fazer com que funcione, seja satisfatória e produtiva pra quem estiver envolvido. Assuma o comando da sua vida e não deixe que os “fados” se encarreguem disso. Seja dona do seu próprio destino!
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