Laís Viegas de Valenzuela

Planos de viagem

abril 13, 2024 | by ipsislitteris.com

Não sei o que é que me está fazendo sentir-me estar tão incômoda dentro de mim mesma, hoje. É uma sensação de… incomodidade, é só como eu posso expressar. Como se estivesse… nem sei encontrar uma palavra! Ontem, sem nenhuma razão de ser, senti uma sensação de medo (até comentei com o Alberto), nem sei mesmo se medo físico ou emocional.

Ontem, também fiquei um pouco irritada com meu marido, porque nem me deixava falar com minha filha, a respeito da viagem, que já nem sei se vamos fazer. Penso que ele ficou muito mais aliviado, depois que eu disse que não queria forçá-lo a ir, que ele não fosse aonde não quisesse. Espero saber entendê-lo: sei que ele me quer, mas dentro da sua casa, ou dentro do seu país, entre a sua gente, será isso? Ele não quer estar agora entre a minha gente, pelo menos a ideia não o agrada muito. Ele se dá bem com todos os meus familiares, amigos (até fez alguns amigos lá), e talvez seja só que não quer ir agora, com tanta dificuldade que estamos encontrando para obter essa viagem; eu mesma, que gosto tanto de ir lá, estou um pouco sem vontade de ir neste momento, com todos esses requisitos separados de conseguir voo, levar bagagem, escolher tipo de classe (full ou standard), modalidade de lugar, datas marcadas, fazer as contas pra ver qual dá mais vantagem; depois, alojamento lá, com as exigências chatas de pagar energia à parte, nem sei que mais…

Ele estava querendo ir a Portugal, que eu acho que é uma boa opção: um país pequeno, de povo agradável e amigo, com boa comida, coisas e lugares que ver; há que ver como estarão as viagens para lá, se tão complicadas como do México para o Brasil.

Francamente, estou com mais vontade de concordar com o meu marido, e ir com ele para onde ele quiser agora; ser mais solidária que fazê-lo ir para um lugar aonde ele não está querendo ir. Isso não significa submissão à vontade dele, nem que ele me limita nem me manda, nem que eu seja demasiado obediente e acomodada à sua vontade. Realmente, estou sentindo isso; não é nenhuma falta de autonomia, ou cedendo aos caprichos dele (não acho que sejam caprichos, ou eu não obedeceria a essa vontade sua de mandar em mim), mas uma forma de protesto motivada por todas as mudanças e dificuldades que nós, duas pessoas idosas, acostumadas com outras formas mais acessíveis, já não queremos tanto ceder – isso sim – aos requisitos que as agências aéreas impõem aos passageiros!

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