(A matéria abaixo vai parecer obsoleta, dado que foi publicada em minha web page, em seu momento, mas, como se perderam todos os artigos já publicados, por mudança de provedor, voltei a divulgá-la, mesmo com o risco de ser descartada, por desatualização).
(A matéria foi publicada no Face, no dia 30 de janeiro de 2017). Eu continuo pensando do mesmo jeito!
(Agora, poderá ser, pelo menos, uma brevíssima lição de análise sintática, regência verbal, essas coisas!).Minhas próprias opiniões: isto é, agora não são opiniões, são correções:
Primeiro: não é a mídia (internacional ou nacional, ou de qualquer lugar pobre ou rico) que repercute alguma coisa, mas a coisa acontecida é que repercute, reverbera, se reflete em (na mídia, por exemplo, na tentativa de prisão do Eike, mas, sim, a notícia da prisão (do Eike, neste caso) é que repercute na mídia (internacional ou qual for. Repercutir é produzir um eco (sensacionalista ou não), uma reverberação sobre algo, e não o contrário – é um verbo transitivo indireto; a construção está toda arrevesada: a mídia pode ter reproduzido a notícia, mas é a notícia quem repercute nela, ou sobre ela. Elementar, meus caros! (já nem sei quem foi). Aliás, agora, no Brasil, estão usando muito esse tipo de regência de repercutir! Aprendam com o professor Pasquale!
Segundo: que pena aquele cabelo tão lindo ser raspado!
Terceiro: se ele corre o risco de ser atacado (agredido ou até morto) na prisão, por ter contribuído para as UPPs (e por isso vai sofrer vingança de bandidos), por que não proteger cuidadosamente a vida desse homem?
Parece que no Brasil (ou será no mundo inteiro?) dão mais valor ao dinheiro do que às vidas humanas: um criminoso é mais protegido do que um corrupto? Que crime é mais execrável que matar?
Em minha opinião, é mais hediondo matar que roubar, mesmo que sejam mi ou bilhões, são vidas humanas e não bens, posses materiais que estão envolvidos e podem-se reaver. Uma vida humana jamais se recupera!
E qual é a fundamentação do critério de quem não tem curso “superior” (universitário) ficar em prisão comum, junto com qualquer facínora, e quem estudou em universidade, mesmo que seja um homicida, criminoso, ficar em regime especial de cárcere? Não dá pra entender. Maldade e perversão só se dão em gente com menos estudo do que nós, por exemplo?
Muitas vezes, esse nível de estudo é uma questão de oportunidade, que nem todo mundo teve. No caso dele, que nasceu em berço de ouro (o pai dele, Eliezer Batista, foi ministro de Minas e Energia, no governo Fernando Collor), talvez nem seja o caso, pode ter sido mais bem uma opção (nem todo mundo está obrigado a estudar curso superior, nem rico nem pobre: por que um rico (ou seu filho?) não poderia escolher ser padeiro ou vendedor ambulante, por exemplo?) Aliás, parece que ele não foi criado como “filhinho de papai”, pois foi para a Alemanha, ainda jovem ou adolescente (a mãe era alemã) e como o pai não lhe mandava dinheiro, ele fez de tudo: foi jornaleiro, vendeu seguros – de porta em porta – e não sei que mais fez para ganhar a vida e se manter. Se depois viveu uma vida de rico, é porque trabalhou e aprendeu a disciplina do trabalho. Isso não é um pecado! Acho que o critério de classificação, para fins de categoria da prisão, deveria ser o grau de perversidade demonstrado, os requintes de maldade, e não o nível de instrução cursado.
Também não entendi por que o Eike foi considerado foragido, pois viajou declaradamente para New York, de onde parece que não saiu, e voltou de lá pra se entregar (Rio/Nova York/Rio). Acho que não sei bem o que é ser foragido, e penso que é se embrenhar nos matos ou em qualquer grande cidade, com a intenção ou a ação de esconder-se onde ninguém o possa encontrar; porque ser tomado como foragido – mostrando-se à plena luz e se entregando – está longe disso!
Voltando à mídia: temos no Brasil excelentes jornalistas, em matéria de difusão oral ou escrita de acontecimentos, e não podemos permitir um tipo de construção dessas, em que se mostra como sujeito o que é objeto indireto. Atenção para a língua; a mídia tem a obrigação, entre outras, de ser um veículo de difusão da cultura e não da incultura… (língua bem falada e escrita também é cultura!). E eu, que sempre penso e falo muito bem da competência dos jornalistas brasileiros, agora me deparo com esta!
Do assunto, nunca mais soube nada! Não sei se continua preso, se já foi liberado, se continua lutando pela liberdade… Alguma coisa deve ter acontecido, pois já se passaram 7 anos!
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