
Faz uns 5 dias, me apareceu uma mancha senil no braço direito: grande e feia (não é a primeira vez que me aparece esse tipo de mancha: já tenho várias). Mas, essa surgiu logo às vésperas de um almoço programado: o aniversário da minha cunhada. Isso não me impediu de ir, não tive que desmanchar o meu programa. Vesti uma blusa de manga comprida e fui. Lá, já nem me lembrei da tal mancha. Uns dias depois, já em casa, vi que a mancha evoluiu para uma forma de coração, perfeitamente desenhado. Fiquei muito contente, achando que era um presságio, um bom augúrio, sei lá. Logo eu, que não acredito nessas coisas, não tenho nenhuma superstição, nem pra bem, nem pra mal! Mas, ter no braço uma mancha em forma de coração está bem, vocês não acham?
Manchas eu sempre tive, desde pequena, mas nunca em forma de coração. Lembrei então de quando eu era pequena, bem pequena mesmo; tínhamos (eu e minha irmã) duas amiguinhas de infância (Rosinha e Mariazinha), filhas de um amigo do papai. Uma delas, a Mariazinha, era branquinha como eu e, também como eu, cheia de manchinhas no corpo, tipo sarda. A Rosinha e a Nelma, que não tinham essas sardas, ficavam mangando de nós duas, com os braços todos pintados, parecendo dois surubins. Claro que a gente ficava chateada com elas, por nos estarem criticando. Criança é mesmo assim: não aceita críticas dos coleguinhas!
Mas, agora, que já estou velha, nem me importa que vejam as minhas manchas e saibam que estou velha (só no físico, porque meu cérebro está inteiro e continua funcionando quase perfeitamente, como quando eu era muito mais jovem). Estou numa fase muito boa da minha vida, sinto-me muito respeitada por todo mundo (e não é aquele respeito devido às pessoas velhas, não, sinto que me respeitam pela minha personalidade). Também não sinto que o meu marido deixou de me amar, sinto amor e cuidado dos meus filhos, enfim estou me sentindo uma pessoa ainda útil, teimosa e dona da minha cabeça e das minhas decisões!
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